sábado

Cruzamento de sonhos

Seguia um percurso verde. Um muro de nuvens de chumbo começava a desmoronar-se e o sol irrompia a oeste. Aquele cheiro que fica da terra quando acaba de chover inundava o ar. O destino que seguia era incerto mas não tinha medo. Para lá do horizonte e do sol. O alcatrão desfigurado por um rio de sangue ainda latejava de ódio quando levei as mãos à cara, olhei as sombras e para lá delas vi o meu reflexo a afastar-se velozmente em direcção ao sol. Um estranho sol que queimava almas e desfigurava sonhos feitos de néon e outros brilhos plásticos.

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