Parecia a recriação de uma famosa obra de um autor já falecido (provavelmente afogado na sua própria demência).
Transparecia o Outono lúgubre nas sombras interiores de um quarto pobremente decorado com trapos empoeirados. Ana arrastava o leve corpo pelo soalho barulhento e carunchoso, atrás dela vinha uma série de sorumbáticas agruras que lhe pareciam agarrar-se à vida como um íman. Desde muito nova que se sentia deslocada e abandonada a uma sorte que não era a dela. Ficava horas a passear pensamentos melancólicos enquanto esperava que chegasse a hora de dormir.
- Ana, está a começar a telenovela.
- Já vou.
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