Estava a etiquetar todos os desvios que já tinha tido desde que bebi a poção do Apolinário. Regra número um: nunca te metas com o Gamito nem com Jack Senior, são do piorio. O problema é que nunca existiram problemas, nem dúvidas, nem hesitações, nem surpresas. A vida é uma linha contínua e sem destino.
Há algo de calmo e repousante no ar, a perfeita atmosfera assassina. O sangue jorra sempre dos inocentes. A culpa torna-nos imortais. Não há ferida que a sare. Nem a morte. E qual é a minha culpa? Posso parecer um pouco estúpido por dizer isto, mas é tomar consciência que sou humano. Não sou Eu. O Eu existe mas é pequenino. Está bem manipulado por um corpo humano, esse mesmo que nos torna imortais, que nos força a ignorar a morte, a não existência.

Temos um caminho traçado desde que nascemos. Eu ainda quis ser um pastor eremita, mas gostava demasiado da minha playstation. Não desisti, e em Maio de 2003 conheci o João que me apresentou ao seu tio Jack. Pareceu-me a oportunidade de conseguir tresmalhar-me. Por momentos pensei que isso tinha acontecido, mas depressa cheguei à conclusão que era esse o meu destino e não uma alternativa indie de vida. Que desilusão... pelo menos não era nem santa nem monótona.